sábado, 20 de junho de 2009

PRESENTE.....

Chegou o seu dia e ainda olho em volta em busca de algo para >presentear-lhe. Nada encontro que seja suficientemente bom. Eu queria >dar-lhe mais do que alcanço. Todas as cores ainda sem nome, todas as luas >que não se pode ver nesse céu. Eu queria dar-lhe um sonho, uma razão a mais >pra sorrir. Qualquer uma dessas coisas impossíveis de tocar, que não cabem >nas mãos e que, no entanto, não se perdem nem se desgastam. Eu queria >dar-lhe a euforia do carnaval e a calmaria de um feriado perdido numa >quarta-feira qualquer. Todas as emoções que podem caber num suspiro de >prazer ou de paz. Eu queria dar-lhe todo o calor que trago no corpo, um >abraço que deixe marcas através dos anos, um beijo cujo sabor não se acabe >nem diminua. Todos os sonetos que ainda não recitei, todas as palavras >doces que ainda não escrevi. Eu queria dar-lhe o som de uma música leve >para acalentar seu sono, um balanço de rede no fim da tarde, o gosto de >fruta doce recém colhida do pé. O mar, uma estrela, o verão. Eu queria >dar-lhe as estações do ano de uma só vez. Uma cabana numa praia distante, >um rio que banhe o seu jardim. Eu queria dar-lhe todo o conhecimento que >ainda não adquiri, todas as idéias que ainda não tive e um bom segredo que >ainda nem descobri. Eu queria dar-lhe um sentimento sem convenções, sem >hora marcada, sem data, sem regras quaisquer. Um sentimento sem amarras, >sem limites, sem tamanho. Daqueles que não cabem no corpo, que transbordam >pelos poros, que explodem a cada encontro, repetidamente e sempre. Eu >queria dar-lhe um domingo sem tédio, o som da chuva no telhado para fazer >melodia enquanto você dorme, o cheiro de café para despertar-lhe pela >manhã. A aurora, o ocaso, o acaso. O encontro entre o céu e o mar. O >horizonte. Eu queria dar-lhe um sorriso diferente para cada hora do dia, o >sol que se derrama no fim da tarde em fios de laranja e anil. Todos os >mitos, todos os credos. Toda a esperança de um mundo melhor. Eu queria >dar-lhe o canto de um sabiá ou de um rouxinol, o acalanto de uma maré >baixa. A brisa que afaga o rosto e acaricia a alma. Nuvens brancas, >amarelas e azuis. Eu queria dar-lhe o mundo, mas não o tenho. Tenho para >dar-lhe somente aquilo que trago em mim. E o que trago em mim é o amor que >você desperta. Tão puro, doce e imenso que eu mal posso explicar. E que >carrega nele todas essas pequenas coisas que descrevi e mais. Muito mais do >que cabe nesse papel. É o que tenho e é o que lhe darei hoje e sempre, >infinitamente.

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